segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Longa história em pouca linhas

Bom. Resumindo a história da maneira mais curta possível, depois de um mês de Milão e muitos "nãos" por sermos estrangeiros e desempregados, conseguimos alugar um apartamento.
Alugamos por uma imobiliária, e só conseguimos porque a dona gostou da gente e porque dissemos a ela que os nossos pais nos ajudariam aqui.
Para alugar um imóvel aqui, como no Brasil, você precisa comprovar renda apresentando a "busta paga", nosso equivalente ao holerite e no caso de não ter um, tem que pagar os primeiros 3 meses adiantados mais uma caução no valor de 3 meses de aluguel.
E assim nos mudamos na véspera do nosso aniversário de namoro para a "nossa" casa!
Comemoranmos lindamente indo para Torino, uma cidade pequena mais muito aconchegante...E o melhor de tudo a passagem de trem prá lá custa apenas 10 euros e você pode ir de manhã e voltar no fim de tarde, que dá tempo de ver tudo...




Estação Ferroviária Porta Nuova

Ruínas em frente a "Duomo" di Torino

Feira de artesanato

Pallazo Reale

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Perdeu palyboy! Pequenos e grandes golpes aplicados aqui em Milão.

Nesse post vou contar um pouquinho sobre os golpes que acontecem por aqui...
No primeiro dia de estada em Milão fomos passear e assim que chegamos no Castelo Sforzeco, nos deparamos com o nosso primerio "golpe"...
Um senegalês/africano ( não sei bem) enorme abordou a gente e perguntou de onde éramos. Sem dar muita bola prá ele continuamos andando. Ele nos seguia enquanto falava com a gente, muito alegre e alto astral, tentando nos vender umas pulseirnhas que ele dizia dar boa sorte. E depois da enésima vez em que nos recusamos a comprar, ele pegou no meu braço e 3 segundos depois eu já tinha 3 das malditas amarradas no meu pulso, mesmo eu dizendo que não queria e que não tinha dinheiro.
Depois de eu dizer educadamente que não tinha dinheiro para comprar a tal pulseirinha, o semblante do homem mudou totalmente. Ele começou a falar alto, estender a mão, ficando até agressivo com a gente.
Moral da história: perdemos 20 euros.
Continuando nossa história, nos "mudamos" para o segundo Hotel e continuávamos a nossa busca por um apartamento e vimos um anúncio na internet de um imóvel bem bonitinho, numa região que já conhecíamos e já gostávamos de antemão.
Entramos em contato com a dona e ela nos explicou que estava em Siracusa e que gostaria de uma "prova de boa fé" da nossa parte, pois já havia perdido dinheiro antes por conta de um senhor que entrou em contato com ela, fez ela pegar um voo para Milão e não apareceu para ver o apartamento.
Aí começa o golpe.
Ela pede nos e-mails que você faça uma transferência internacional de dinheiro no valor da caução (3 meses de aluguel) para uma pessoa próxima de você, ou vice versa. Assim quando ela for nos mostrar o apartamento, ela devolve o valor da taxa de transferência ( que fica sendo a garantia dela de que nós realmente vamos ver o apartamento) e caso gostemos do apartamento sacamos a caução e fechamos o contrato.
Aparentemente é normal e seguro certo? ERRADO!
Ela usa o nome de imobiliárias confiáveis da cidade para dizer que o o contrato está sendo feito por eles, e pede que quando você fizer a transferência envie um e-mail para a imobiliária com o comprovante do depósito em anexo.
Alguém te manda um e-mail dizendo ser a imobiliária com a cópia de um contrato de aluguel, tudo bonitinho, se você clica no link do roda pé do e-mail ele te abre o site da imobiliária real, é muito difícil de você desconfiar.
Assim que você manda o comprovante de depósito, eles sacam em algum lugar como se fossem a pessoa que deveria sacar o dinheiro.
Como? Eu fui à polícia e à Embaixada Brasileira tentar descobrir o que fazer, porque no meu caso a empresa de transferência diz que EU saquei o dinheiro em Verona, onde nunca estive.
O que me explicaram na polícia e na Embaixada foi o seguinte: o comprovante do depósito é a unica forma de realizar o saque, porque contém o número de transferência, que só existe ali. Como eu passei o comprovante prá pessoa, ela falsificou um documento meu qualquer e fez o saque se passando por mim. O que na verdade é muito fácil já que a maioria dos lugares que prestam esses serviços são de proprietários e operadores estrangeiros, que muitas vezes não falam nem o italiano, e não sabem diferenciar um documento como sendo falso ou verdadeiro.
Eles são uma quadrilha que já aplicou golpes exatamente iguais a esse muitas vezes e em várias cidades da Itália. Procurando no google pelo nome da mulher, encontrei várias pessoas que também sofreram o mesmo golpe, inclusive com a mesma história no corpo dos e-mails.
E o pior disso é: NÃO EXISTE COMO RECUPERAR O DINHEIRO!
Primeiro porque tudo o que esse grupo usa é falso, e a polícia não consegue rastreá-los, e segundo porque de acordo com a embaixada,  mesmo que você tente entrar com uma ação contra e empresa de transferência de dinheiro, terá que arcar com as despesas de um advogado por conta própria, porque a embaixada não fornece um, e ainda assim as chances de ganhar são mínimas, porque quem passou o comprovante prá uma outra pessoa foi você.
Nós perdemos o equivalente a três meses de aluguel no nosso primeiro mês aqui.
Um outro golpe muito aplicado, mas que ainda não aconteceu comigo acontece nos resturantes.
Eles deixam um valor na memória da calculadora que é adicionado à soma quando o botão de igual é pressionado. Aconteceu com um casal que conheci.
Sempre façam o cálculo da conta com uma calculadora própria antes de pagar.
No próximo post explico como conseguimos alugar o nosso apartamento depois desse mal passo...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Chegada em Milão: Onde a grama do vizinho é mais verde

Como eu nunca havia estado em Milão e o Endrich não se lembrava de nada de quando morou aqui, optamos por 2 hotéis diferentes: um que estava incluso no nosso pacote viagem e outro que encontramos pela internet, com menos estrelas e mais barato, mas o mais próximo possível do centro, porque não tínhamos noção nenhuma da dimensão da cidade.
Além disso, contratamos também um serviço de transfer, do aeroporto ao hotel porque a distância do aeroporto Milão Malpensa é de 50 km do centro da cidade. E mal sabámos o quanto o transfer seria importante, principalmente para o motorista para nos ajudar no aeroporto...
Quando chegamos à Milão, depois de um vôo super conturbado ( a TAM cancelou o nosso vôo original, só nos avisou no check in, queriam que nós dormíssemos no aeroporto de guarulhos para pegar um vôo no dia seguinte, e depois de muito bate boca, conseguimos embarcar num vôo de outra companhia aérea com 3 escalas e parada em amsterdã), nossas malas chegaram na esteira destruídas.
Começou ali a nossa via sacra. Andamos pelo aeroporto por mais de duas horas na tentativa de encontrar alguém que pudesse resolver nosso problema e, depois da grande ajuda do motorista do transfer, conseguimos fazer uma espécie de boletim de ocorrência para que fôssemos ressarcidos no futuro. O que aliás não aconteceu.
É importante voltar um pouquinho e contar que foi na escala em Amsterdã que fizemos a entrevista com a imigração. Como o Endrich tem o passaporte italiano ficamos em filas separadas, a minha era a de estrangeiros e a dele para cidadãos da União Européia.
O que me deixou bastante preocupada, porque o Endrich não falava inglês e eu não queria ser barrada...Mas a minha fila andou primeiro e quando eu disse que era casada com um cidadão italiano, pediram que eu o chamasse, assim fizemos a entrevista juntos, eu traduzindo para o oficial e para o Endrich o que um ou outro diziam. No fim das perguntas ele pediu nossos passaportes, deu uma olhada e devolveu...SEM CARIMBO! E nós, que estávamos super nervosos, só percebemos esse detalhe quando já era tarde demais...
Saímos do aeroporto aproximadamente às 4 e meia da tarde e chegamos ao hotel San Guido quase uma hora depois, mortos de cansaço, onde um recepcionista super gentil nos atendeu de maneira muito simpática.
Depois de entrar no quarto, tomar um banho e dormir até de noite, saímos para jantar pela primeira vez em solo europeu, e quando entendi gnocchi no cardápio não pensei duas vezes!
No dia segiunte conversamos com mais calma com o recepcionista e ele nos avisou que deveríamos ir na Questura em até 8 dias para darmos entrada no país.
Fomos no sexto dia e depois de explicar o que precisávamos no guichê me disseram que eu não precisava fazer nada, pois já era casada com um cidadão italiano...
Assim fiquei tranquila, durante uma semana andamos pelas universidades, pelos pontos turísticos, enfim, tivemos dias de turistas, até porque esperávamos respostas dos proprietários de alguns apartamentos que havíamos entrado em contato.
Uma semana depois de chegarmos à cidade mudamos de hotel, onde a verdadeira história começa...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Nova casa e novo blog!

Agora que tudo passou, vamos às muitas novidades:
Agora vou voltar ao blog com tudo...E como nada pode ser separado vou continuar postando meus versinhos, meus poemas e minha imagens...
Mas ando sentindo a necessidade de contar um pouco sobre minha vida aqui em Milão...
Viemos há 4 meses pensando em mudar de vida, como tanta gente que conheço que sonha com uma vida melhor fora do nosso país.
Depois de formados na faculdade eu e o Endrich, meu marido, resolvemos que era hora de alçar novo vôos e sair de Curitiba rumo à Milão, já que ele havia morado aqui e sempre teve o sonho de voltar e eu que nunca tinha vindo mas sempre quis conhecer.
Começamos a nossa via sacra com o Endrich fazendo a inscrição dele na Anágrafe, no Consulado Italiano em Curitiba, pois como ele tem dupla cidadania, deve informar à eles mudanças de estado civil e endereço, coisa que ainda não tinha feito.
Isso pronto, decidimo que seria interessante tentar uma bolsa de pós graduação no futuro e por isso começamos a peregrinação para traduzir toda a nossa documentação escolar. Do primário à universidade, tivemos que levar tudo em vias originais para um tradutor juramentado indicado pelo consulado, que cobrou 47 reais por página traduzida. Lembrando que no caso da universidade, tivemos que levar o diploma, o histórico de todo o curso e as ementas de todas as matérias, mas nesse caso eles só traduzem a capa que deve conter o nome do aluno, do curso, da universidade e a numeração de páginas que dizem respeito às ementas.
Depois de 3 meses e tudo traduzido começamos a pensar na ida para Milão.
Já tínhamos economizado por 2 anos para isso e viemos com reserva de hotel feitas para 15 dias, passagens de ida e volta (que mesmo para quem tem a cidadania compensa mais pois é mais barato que comprar só a de ida) e o seguro viagem para mim com duração de 3 meses, que aliás é obrigatório para quem como no meu caso viaja para a Europa como turista.
O Endrich voltou ao Consulado 15 dias antes da nossa viagem para pedir o visto no passaporte italiano dele e para perguntarmos como eu deveria proceder, já que éramos casados. E me informaram que eu deveria chegar à Milão e ir na Questura em até 8 dias para avisar que eu estava no país.
Com isso me senti tranquila e segura, pois aparentemente o processo era simples justamente por ser casada com um cidadão italiano.
Já havíamos visto vários apartamentos e zonas para se morar aqui na cidade e fizemos contatos com alguns proprietários e agências imobiliária, sabíamos que quando chegássamos seria fácil de alugar um apartamento.
No próximo post conto como foi nossa chegada em Milão e o que nos aconteceu nos primeiros meses...